sábado, 27 de fevereiro de 2010

Entrevista com o Alien - Parte 1

Caros humanos. Como vocês são cruéis. Recebi algumas críticas interessantes recentemente e em virtude destas resolvi conceder uma entrevista conforme abaixo. Gostem ou não este que está abaixo sou eu.

Quem é você?

Sou um humano. Tal como qualquer um de vocês. Alguns me acham arrogante, outros me acham inteligente e outros me acham estúpido. Nada diferente do que já vi em minha vida.

Se você é humano, porque Alien?

Olha. Essa é uma pergunta interessante e a resposta ficará comigo. É algo pessoal que não quero compartilhar com vocês.

Ok. É um direito seu. Mas também é um direito meu saber quem você é pois afinal de contas você está coletando dados sobre nós humanos e esses dados nos pertence por direito. O que você tem a falar sobre isso?

Tenho uma resposta somente. Seus dados pertencem a vocês por direito. Mas eu ainda não entendi a questão do que é o direito. Para minha visão depende muito de como se está falando. Vocês defendem muito o direito individual, mas ao mesmo tempo não respeitam os direitos individuais alheios. Eu fico observando coisas como o preconceito contra negros, mulheres, homossexuais. É algo que ainda não entrou em minha cabeça. Parece que a questão do direito é algo válido apenas para defesa de interesses pessoais. Nada não muito diferente do que reza seu atual sistema econômico. Mas fico pensando como os direitos de um podem afetar os direitos de outro. Para mim esse sistema vai entrar em colapso.

Pelo visto você gosta de polêmicas. Mas polemizar por polemizar faz sentido?

Não polemizo. Apenas observo. E escrevo sobre aquilo que observo.

Vamos fazer algumas perguntas pessoais. Ok?

Como se vocês já não tivessem perguntando... Mas Ok.. Vamos lá.

Quem é você de verdade? De que você se esconde?

Não tem jeito de fugir de suas perguntas.... Vou ter que responder quem seu... Vou responder. Sou um humano. Tal como qualquer um de vocês que estão me lendo. Tenho alguns diferenciais, mas todos vocês também tem. Quando me mandaram para cá não nos deram a consciência de não sermos humanos. Cresci como humano e vivi como humano. Essa consciência é algo que nasce devagar. Veio e surgiu. Foi de repente em uma conversa de bar com amigos que vi minhas raízes. Olha, quero deixar algo bem claro. Não vou entrar no mérito de gostar ou não de ser humano pois antes de ser de fora daqui eu nasci aqui, cresci aqui, vivi aqui e vivo aqui. Sou mais humano do que muitos humanos que existem por aqui. E de que eu me escondo? Não sei se me escondo de algo. Já me escondi no passado. Mas hoje? Procuro ser transparente em minhas atitudes e tudo o mais. Sou alguém tal como vocês.

Você tem alguma vantagem em ser "de fora"?

(risos) Bem que eu gostaria viu. Tenho nada. Sou um sofredor como todos vocês são. Tenho dificuldades para arrumar trabalho. Brigo com meus amigos. Esqueço o que aprendi. Em suma. Minha experiência é plena. Afinal não faria sentido meus pares me ajudarem a me adaptar. Se isso acontecesse eu não sentiria a experiência como um todo. E esse todo implica várias coisas legais. Como por exemplo ter um filho! Caramba... isso me faz sentir mais humano do que nunca!! Uma criança está nascendo e é sangue de nosso sangue!

Sangue de nosso sangue?

Sim. Meu sangue e sangue da mãe da criança. Ok. Sei que não existe biologicamente essa questão de transferência de sangue do pai para o filho. É uma questão mais filosófica. Mas te falo: ser pai está me deixando mais humano.